segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fórum das Águas vai ao TJ-AM contra a Privatização da Água em Manaus.

 
O Fórum das Águas compareceu nesta manhã (25.04.2013) no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas pedindo que o Processo Judicial contra a privatização do abastecimento de água seja julgado e este serviço retorne à responsabilidade dos poderes públicos (Estado e/ou Prefeitura). O leilão, que colocou a distribuição da água nas mãos de empresas privadas (Águas do Amazonas e Manaus Ambiental), apresenta diversos vícios e ilegalidades que estão sendo analisadas desde o ano 2000, mas até o momento nenhuma posição oficial foi formulada pelas autoridades judiciárias.
 
Enquanto os juízes não tomam uma decisão sobre a Ação Judiciária a atual concessionária (Águas do Amazonas/Manaus Ambiental), encarregada do abastecimento de água e esgoto mostra os seus precários serviços na cidade de Manaus. Além das rotineiras ocorrências[1], o mais novo capítulo desta infindável novela se expressa no rompimento de adutoras em várias partes da cidade[2], por falta de manutenção, proporcionando uma grande crise pública, política e social.
 
Todas estas ocorrências que indicam a situação do abastecimento de água na cidade de Manaus retratam que a privatização dos variadas setores da sociedade (produção, comunicação, serviços, etc.) não está surtindo o efeito desejado, qual seja, a universalização dos serviços básicos. Na sua luta pelo Direito à Água, O Fórum das Águas pretende tornar pública a ilusão de que a privatização leva à universalização. Fato é que, a empresa capitalista faz do desejo de lucro o principal motor do seu investimento[3]. Em Manaus, este princípio é confirmado pelas inúmeras denúncias de cobranças abusivas e irregulares realizadas pela empresa Águas do Amazonas/Manaus Ambiental. Neste sentido, destaca-se também a tarifa da coleta e tratamento de esgoto, sem a devida prestação deste serviço.
 
Diante deste cenário, o Fórum das Águas insiste junto ao poder judiciário do Estado do Amazonas para que a justiça seja feita, esperando que as autoridades encarregadas levem em consideração o valor essencial da vivência em sociedade: a defesa e a manutenção da vida, sobretudo quando ela se encontra mais ameaçada pelas tendências e estruturas injustas que nos afetam, enquanto sociedade capitalista.
 
Sandoval Alves Rocha, 26 de Abril de 2013.


[1] Sem água há mais de 4 dias, moradores da zona Leste cobram providências ao governo e à Manaus Ambiental (cbnmanaus.com.br, 25 de abril de 2013); Semmas - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade - multa Manaus Ambiental em mais de R$ 1,5 milhão (acrítica.uol.com.br, 25 de abril de 2013); Juíza determina suspensão de cobrança de contas de água nas zonas Norte e Leste de Manaus (acrítica.uol.com.br, 27 de março de 2013).
  
[2] Adutora rompe na Zona Oeste de Manaus (acrítica.uol.com.br, 15 de janeiro de 2013), Dia Mundial da Água: mais de 300 mil famílias ficam na “seca” em Manaus (acrítica.uol.com.br, 22 de março de 2013); Vazamento de adutora deixa 20 bairros de Manaus sem água no feriado (http://www.d24am.com, 08 de setembro de 2012).
 
[3] OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Sociedades contemporâneas. In: Introdução à Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 2010, pp. 139-159.

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