A menos que sejam feitos mais esforços para
reverter as tendências atuais, o mundo vai ficar sem água doce, disse a ONU
nesta quarta-feira (22), marcando o Dia Internacional da Diversidade Biológica. A Organização pediu esforços
globais que compreendam e protejam os recursos naturais.
“Vivemos em um mundo cada vez mais inseguro, onde a
demanda de água muitas vezes supera a oferta, onde a qualidade da água muitas
vezes não consegue atender aos padrões mínimos de qualidade. De acordo com as
tendências atuais, as futuras demandas por água não serão cumpridas”, disse Ban em sua mensagem para lembrar
o dia. “Embora aparentemente abundante, apenas uma pequena quantidade de água
doce está disponível no nosso planeta”, acrescentou.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA), do volume total de água na
Terra, somente cerca de 2,5% é de água doce.
A escassez de água afeta quase todos os continentes
e mais de 40% das pessoas em nosso planeta, disse a Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com as tendências atuais, 1,8 bilhão de pessoas
estarão vivendo em países ou regiões com escassez absoluta de água em 2025.
“A biodiversidade e os serviços ecossistêmicos que
ela proporciona são fundamentais para alcançar a visão de um mundo onde a oferta de água é segura“, disse Ban, observando o papel
de equilíbrio que florestas, pântanos e a biodiversidade do solo proporcionam
para o meio ambiente.
Ban Ki-moon e Irina Bokova, chefe da UNESCO, ressaltaram a importância de fortes alianças
científicas como parte de um esforço global para proteger os recursos naturais.
Eles encorajaram as partes da Convenção sobre Diversidade Biológica que ainda
não o fizeram a ratificar o Protocolo de Nagoya. Adotado em 2010, o Protocolo
estabelece, entre outras metas, cortar a taxa de extinção atual pela metade ou
mais até 2020.
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, o
brasileiro Bráulio de Souza Dias, secretário executivo da Convenção sobre
Diversidade Biológica, disse que a biodiversidade precisa ser vista como parte
de uma solução de ganhos para ambos os lados no desenvolvimento sustentável.
“É muito fácil dizer que sim, devemos fornecer água
para todos, mas como é que vamos fazer isso é a questão”, disse Dias,
ressaltando a importância de pensar além das soluções tradicionais, de uma
forma mais integrada e colaborativa para conseguir efetivamente realizar os Objetivos do Milênio.