quinta-feira, 16 de maio de 2013

Audiência Pública na CMM debate gestão do Proama à iniciativa privada

O repasse da gestão do Programa Águas para Manaus (Proama) à iniciativa privada foi o tema central do debate durante a Audiência Pública realizada na tarde desta quarta-feira (15), no Plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM). A audiência da Comissão de Serviço Público da Casa (COMSERP/CMM) foi presidida pelo vereador Waldemir José (PT).
 
Ao abrir os trabalhos na audiência, Waldemir José, salientou que o interesse da reunião era buscar caminhos para resolver o problema das mais de 300 mil famílias das zonas Lestes e Norte da capital amazonense que não têm água em suas torneiras. “Hoje vejo o Proama como solução e problema para a situação de abastecimento e distribuição de água para as famílias da Zona Leste e Norte. Solução porque o Proama pode promover o abastecimento de água de uma fonte reguladora. Problema, pois está praticamente pronto, mas repleto de problemas jurídicos, e acredito ainda também com problemas financeiros. E por isso ainda não distribui água para a cidade”.

Presente na audiência, o presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Heraldo Câmara explicou como procederá o funcionamento do Proama e afirmou que com a assinatura do consórcio entre o Estado e o município, ainda esta semana, que vai integrar o Proama à rede de distribuição de água do município, é um grande avanço para solucionar o impasse criado para o funcionamento do Proama. “Acreditamos que o consórcio entre o Governo do Estado e a prefeitura solucionará esse problema”, disse.
 
O acordo vai permitir a contratação de uma empresa para operar o Proama. A empresa a ser contratada vai vender a água captada para a concessionária Manaus Ambiental. Segundo o diretor técnico da Manaus Ambiental, Arlindo Sales, a concessionária responsável pela distribuição de água em Manaus está acompanhando o sistema de operalização do Proama desde a sua construção. “Continuamente nos reunimos com os chefes do Poder Público para entender a operalização do sistema do Proama, para nós nos integrar ao programa. Ela (Manaus Ambiental) fez seu dever de casa. Temos todos os laudos técnicos de operalização do sistema para atender a população das áreas que serão atendidas pelo programa”, afirmou.

Para alguns dos participantes do debate, sua maioria moradores das Zonas Leste e Norte, a privatização do Proama será um grande erro. “Mais uma vez o Poder Público está cometendo o erro de privatizar o que é nosso. Aconteceu isso com a Cosama, e agora vai acontecer com o Proama. E mais uma vez vamos ficar a mercê desta empresa (Manaus Ambiental) que não cumpre o que é estabelecido. Nós, moradores daquelas áreas, continuamos sofrendo sem água. Manaus se tornou uma cidade moderna, como dizem. Aberta para uma Copa do Mundo, no meio de uma floresta arrodeado de floresta, mas que não tem água”, criticou a presidente do Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas (Musa) e moradora a Zona Leste, Florismar Ferreira.

Participaram também da Audiência Pública os vereadores Professor Bibiano (PT) e Rosi Matos, José Alberto Borges do Sindicato dos Trabalhadores das Industriais Urbanas do Estado; Padre Sandoval Rocha, membro do Fórum das Águas; Hamilton Leão, do Instituto Amazonas de Cidadania; Antônio Fonseca, Cáritas de Manaus; José Carlos da Agência Reguladora Serviços Públicos do AM (Arsam).

Proama

O sistema de captação, tratamento e distribuição de água recebeu um investimento da ordem de R$ 365 milhões. Construído pelo governo do Estado, a nova estação vai produzir em média 2,5 metros cúbicos de água por segundo. Ainda não foi integrado ao sistema de água por falta de acordo entre Estado e prefeitura.

15 Maio 2013
Fonte: Dircom/CMM

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