segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fórum das Águas numa Parceria pela Justiça Social

 
O último encontro do Fórum das Águas (04.04.2013) realizou-se no Sindicato dos Urbanitários, parceiro na luta pela água. Trata-se de uma parceria muito significativa, uma vez que acreditamos ser a união e a articulação dos diversos atores sociais um pré-requisito básico para a conquista e garantia dos direitos. Confiamos que as classes mais pobres somente poderão conquistar e consolidar os seus direitos na medida em que encontrarem objetivos comuns que unam a todos no caminho da paz e da justiça.
 
O Fórum das Águas é formado por representações de variados grupos e movimentos sociais (Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Sindicato dos Urbanitários, Movimento S.O.S Encontro das Águas, Pastorais Sociais da Arquidiocese de Manaus, Serviço de Ação, Reflexão e Educação Social, Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, Associações de Moradores de bairros, Comunidades Eclesiais, etc.), uns mais presentes e outros mais ausentes, mas todos colaborando para que a água tratada nas residências seja um sonho concretizado na vida da população manauara. Os sonhos têm mais possibilidades de serem concretizados quando são idealizados coletivamente. Trata-se de um sonho que há muito tempo é sonhado, mas que as estruturas injustas da nossa sociedade (governos corruptos, representantes políticos descomprometidos, desigualdade social, fragmentação política, capitalismo neoliberal, modelo inadequado de desenvolvimento, etc.) impõem fortes resistências para a sua materialização.
 
Da sua parte, o Fórum das Águas continua acreditando no sonho da universalização do abastecimento de água e esgoto como direito de todos os cidadãos. Por isso, um dos temas recorrentes no nosso último encontro (04.04.2013) foi a Tarifa Social, que garante o acesso à água às populações mais pobres de Manaus. Mesmo se tratando de um projeto previsto no Contrato Original do Governo do Estado com a Concessionária (Ano 2000), nunca saiu do papel, sofrendo variadas modificações até hoje. O PROAMA (Programa Águas para Manaus) constituiu outro importante aspecto que motivou o debate. Sendo concluído em 2010, este Programa ainda não cumpre com o objetivo ao qual foi planejado, permanecendo o seu funcionamento paralisado. A Concessionária dos serviços de água e esgoto (Manaus Ambiental), motivado pelo desejo de lucro, avança sobre o Proama, desejando se apropriar gratuitamente das suas instalações, que custaram 365 milhões de reais aos cofres públicos. Ademais, não faltaram comentários sobre as condições em que foi realizada a privatização da COSAMA (Companhia de Saneamento do Amazonas), marcada por irregularidades ainda hoje objeto de processos judiciários, sem o parecer das autoridades responsáveis.
 
Para finalizar, os parceiros presentes chegaram à conclusão de que somente através de um rigoroso controle social realizado pela população manauara se poderá melhorar a gestão dos serviços públicos, visando a sua democratização e universalização.
 
Sandoval Alves Rocha, 05 de Abril de 2013.

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